Julho, 2021 – Se os desafios de vacinar toda a população contra o vírus da COVID-19 são grandes, imagine então vacinar a população mais vulnerável que vive em situação de rua. O governo do Estado de São Paulo definiu a vacinação das populações vulneráveis após a confirmação da chegada do lote de vacinas da Janssen, que promove a imunização com apenas uma única dose. A secretaria de saúde de Campinas seguiu a recomendação de imunização da população de pessoas em vulnerabilidade e começou a realizar a aplicação das vacinas por meio da equipe do Consultório na Rua, serviço do Cândido Ferreira, desde o dia 5 de julho, segunda-feira.
Visando garantir a efetividade da ação, equipes do SOS Rua estão acompanhando todo o processo, promovendo o apoio no convencimento e persuasão da importância da imunização às pessoas que estão vivendo em situação de rua. O trabalho das equipes é de levar a informação sobre a importância da vacinação, uma vez que, em função de abordagens anteriores, acabam criando vínculos com essas pessoas. Por vezes, o trabalho acaba se intensificando e as equipes buscam convencer os indivíduos mais resistentes, explicando a importância da imunização e a vantagem da vacinação com uma única dose.
Para Ana Maria Candido, gerente do SOS Rua, o trabalho de acompanhamento tem sido de grande importância, pois fortalece a adesão da população mais vulnerável:
“Nós já estávamos realizando os encaminhamentos para os moradores em situação de rua antes mesmo da chegada da vacina da Janssen, de acordo com a faixa etária indicada para a vacinação nos postos de saúde. Nossas equipes tiveram a iniciativa de realizar esse trabalho por acreditarmos que a imunização dessas pessoas é extremamente importante para combater essa pandemia e termos uma perspectiva que esse cenário de óbitos, internações e isolamento, acabe o quanto antes”.
A expectativa inicial de imunização dessa população era que ocorresse em uma semana, entretanto já foi reavaliada para um prazo mínimo de 15 dias. Para Campinas, uma cidade com 1,2 milhão de habitantes, foram destinadas vacinas da Janssen, para pessoas que vivem em situação de rua, profissionais do sexo, além de usuários que também frequentam os CAPS – Centro de Atenção Psicossocial, serviços do Cândido Ferreira voltados a pessoas que têm algum transtorno mental e dependência química. A definição da vacina Janssen para a população mais vulnerável e carente se deu justamente pela dificuldade de acesso deles em uma imunização em duas etapas. Ainda para Ana Maria, a decisão foi acertada:
“Temos que parabenizar as secretarias de saúde e de assistência, pois facilitaram o acesso dessa população vulnerável a terem a oportunidade de ficarem imunes a um vírus tão mortal”, finaliza.